...por enquanto sou isto, e nada mais do que isto, que cai em forma de lágrima e se forma charco que espezinhado pelo peso do dia-a-dia se torna pântano, e deste pântano se torna lama sem alma suficiente para se transformar em algo melhor...
...por mais que seja o oleiro capaz de criar perco a minha própria noção de divindade quando esbarro com tão parco material e as mãos sem coração não produzem mais do que sombras que brincam aos fantoches de fios cortados...
...aquele que me segura esqueceu-se que sou feita desse barro e desse barro somente as impurezas nascem em esplendor e murmuram preces contrárias para que o seu criador seja apenas o seu destruidor...
...aquele que cria também desfaz...
5 comentários:
é sempre um prazer passar por aqui
ler.t
e gostar das tuas escolhas
jocas maradas...sempre
gosto sempre tanto dos teus posts!
amei o texto, fenomenal :D
beijinhos *
Um texto profundo, cheio de contradições...como eu gosto!
Beijo
O peso do dia-a-dia transforma em lama tudo o que toca... destrói e inutiliza... lutar é preciso, procurar a diferença é preciso... procurar a excepcionalidade e a transcendência a todos os níveis... lutar, lutar contra os dias todos iguais, as pessoas todas iguais... lutar, lutar até morrer...
A maior genialidade é aquela que se manifesta quando o matetrial é parco e deficiente... não se trata de um muro, mas de um desafio...
E as impurezas... procura-lhes a utilidade, pois ela existe... existe sempre para tudo o que existe...
Criar ou destruir... quando criamos destruímos sempre... e quando destruímos criamos nem que seja pelo menos um ponto zero...
vim visitar, vou voltar muito com certeza.
Maurizio
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