...anoiteci com uma mão cheia de estrelas vazias e os ossos da alma enregelados com o peso oco do abraço perdido que este corpo ainda tenta dar como possível disfarce do que se passa aqui  dentro...

...lá fora a vida esgota-se, à minha frente, em velocidades de neons desequlibrados e gritantes, vertiginosos corpos que se entrechocam empurrando-se apenas mais um passo para o vazio...num dia a menos no dito calendário da vida...

...cá dentro, a tempestade abriga-se da cura. Cá dentro, ela alimenta-se dos últimos recursos que um ser desconhece que ainda tem...e observo-me, a mim própria, esgotando-me nas  reservas que restaram para fazer o corpo andar, estender a mão, falar...fingir...fingir...fingir...fingir...fingir...mais um dia...só mais um dia...e ainda mais outro dia...


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