- Senhor Doutor, quero soltar assim as asas e voar para bem longe...
- Mas para bem longe do quê?!
- Para longe de mim mesma. Se para bem longe ou se para suficientemente perto ainda não sei. Depende do preço da viagem.
- Quanto tens para gastar?
- Uma vida inteira e mais uns trocos rabiscados numa folha qualquer...
- Guarda a vida para ti. Fico com os trocos. Tinha-te dito para fugires do papel...
- Como? Não consigo...eu e ele somos a mesma e a única coisa...uma alma amarrotada atirada para o canto de um lugar qualquer.
- Fico com os trocos e tu ficas com a vida inteira. E ainda te dou a chave para voares de vez em quando.
- Mas quem lhe diz que uma vez a porta aberta eu voltarei para a mesma prisão?
-Porque és tu tanto o guarda como o prisioneiro.

7 comentários:

~ Marina ~ disse...

Eis uma grande verdade, no entanto, há, às vezes, uma certa distância entre o que se sabe,e o que deve ser feito. Tudo o que envolve paixão, vai bem além da razão.

Beijos e, uma boa semana pra ti!

João Videira Santos disse...

A razão acaba sempre prisioneira nas amarras da paixão...

Cruztáceo disse...

Não fica triste! hein?!

Sónia disse...

A verdade que encerras neste texto...é isso mesmo, muitas vezes somos os carcereiros de nós mesmos.

Beijo doce em ti

muguet disse...

poderoso!!

Porcelain disse...

Podes voar para tão longe quanto o espaço te permitir... tu mesma acompanhar-te-ás sempre... é melhor enfrentares-te...

Vento Nocturno disse...

Mais longe do que a minha mente possa alcançar.