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recorto expressões de livros e de revistas
apreendo sentimentos de peças de teatro
decoro falas de cinema
ensaio gestos e posturas
saio de mim mesma sem fechar a porta
o quarto desarrumado já está cá fora
as máscaras já não servem este rosto
os papéis aprendidos estão ultrapassados
os fantasmas que me assombravam tornaram-se anjos
e eu sou o inferno que os tenta e os aprisiona
dentro de mim soltam-se circos ambulantes
de pesadelos roubados às noites de insónias
e quando acordo não sei se estou viva ou se ainda morro
um bocadinho de cada vez
à medida que recorto a vida daqui de dentro
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1 comentário:

Ruela disse...

muito belo
uma das minhas preferidas
dos Placebo.

Feliz Natal.