...a mais fria expressão não tem expressão porque em si mesma não corre o fio condutor da alma enquanto esta está inerte para além de tudo em ausências que aparentemente nos suporta e importa...
...e o que importa não é o tema fundamental desta vida ou de outra qualquer que surja mais à frente ou até mesmo daquela que já passou...porque do pó do qual nos levantamos e do qual nunca deixamos de fazer parte regressamos pouco entusiasticamente sem chegar a descobrir que a real nobreza no meio disto tudo é a limitação de ser apenas aquilo que se é...sem qualquer género de pontuação...
...da inconsistência da vida e das palavras que se chocam e entrecruzam em fúteis questões levanta-se a mera simplicidade do âmago de toda a razão de ser: pequenos núcleos de vida que se agitam freneticamente, como micróbios, num ataque cerrado a uma célula maior talvez um deus ou um ser de igual dimensão ao qual designamos assim por não o sabermos compreender melhor...aquele que nos pode aniquilar como se se tratasse de um acto de poder divino...quando não é mais do que um simples lavar de mãos universal...

5 comentários:

bono_poetry disse...

...surge o pensamento unico do jejum da vida...
...devoras ideias e constantes mudancas...
...nao passas de gray para pink sem razao...
...nada que a certeza(fim...)te traga se opoe a vontade de o iniciar...
...combato moinhos sem lanca nem cavalo...
...sem chapeus magicos e loucas alucinacoes...
...reparo no chegar do negro e cumprimento-o sem medo...
...ja o quis por tantas x...ja o corri de mim sem contagens primarias...
...venha o gray...passe por mim o pink...no fim o negro levara a melhor...

Susana Júlio disse...

Enquanto esta vida passa fome D.Quixote continua a lutar sem saber bem contra o quê...e o moinhos que lhe parecem gigantes nem sequer são as sombras da morte...apenas os precalços que a vida oferece...os ponteiros trocistas de um relógio universal que se apoderou das nossas consciências. Perde-se a magia contra Kronos que põe as mãos no barro e na lama na terra e na água e sopra com fogo enquanto cria as suas obras destituídas de alma...quando a descobrir...substitui-nos por elas.
Será esse o negro?

bono_poetry disse...

o nunca...momento de opurtunidade...
rasga incondicional instante...
...terminam ciclos...calhas desprovidas de cor...sim...como zumbido indesistivel...audivel no movimento...invisivel na descendente humana...
...enleva o mal na plenitude...aconchega o corpo vazio...
inflama o estar do espirito...
...exala odores funebres...
...negros de caixao semi-aberto...
...reagem coros de almas perdidas...
...plebeus que outrora chegaram...
...mortos que outros condenaram...
...mais uma viagem de noite...no negro no escuro...acendo de novo o negro onde olho melhor...
...negro...falaste de negro?

Susana Júlio disse...

...e de mais nenhuma cor porque o que orbita à nossa volta é devorado pela cor da vazio...entre os corpos soltos em caixas abertas apresentadas semi-nuas depois de cada linha salteada e decorada para a lição do dia seguinte...professora amargurada que pega nas mãos castigadas e bate com a morte até morrer o sangue em cada ritmo corporal que se deixa amedrontar...para além da capa do medo vestem-se as almas dos aromas melífluos da atracção pelo próprio medo...em expectativas vorazes de saber o que poderia ser...e não o que tem de ser...

Porcelain disse...

O negro... em física, a cor que reúne em si mesma todas as outras cores do espectro... quando um objecto nos devolve as vibrações correspondentes a todas as outras cores do espectro... nós vemos o negro.

Bjoka