Sou volátil no desdenho por quem me quer comprar e não viro o rosto à Morte que é apenas só mais um complemento desta Vida como se fosse um braço ou uma mão continuando o corpo já de si cansado.
Eternizo o momento em que toco as cordas de um clamor distante despertando toda a noite dentro de mim enquanto os meus demónios soltos se dispersam no que sou assumindo diversos eu´s conforme o "comprador".
Compro a dor e compra a dor.
Comprador e cumpridor.
Negócio feito e selado.
Aperto de mãos e almas trocadas.
O Diabo sorri e psica o olho.
Deus esconde a sua face no meu ombro e eu deslizo uma mão, aquela livre do demónio, pelo seu intocável corpo como expressão do que eu imagino de si.
Negócio feito, sim senhor. Nada a perder enquanto já não há nada a ganhar.
Portanto nem o medo tem lugar.
Somos só tu e eu.
Somos só consciências inconscientes atravessando uma estrada infinita que nunca pára...
Artérias imensas de sangue e de aço, de gritos e de calma. Concreto e betão armado, alma e coração destapado. Amado, amado...largado...pisado...em frente...
E não é que chegamos sempre ao outro lado?!

1 comentário:

Porcelain disse...

A Morte... desgraçada... bem podia ser a solução, o fim de tudo, mas, desgraçadamente, não é... não adianta... nem ela pode pôr termo a este penar... os clamores e as suas cordas despertam demónios... oh, demónios, como eu gosto de vocês... vocês fazem-me sentir segura... enquanto estou com os anjos posso cair... enquanto estou com vocês sei que não vou mais para baixo...

Vende-te aos demónios, deixa-os consumirem-te e verás o outro lado...