não te quero empurrar do paraíso abaixo apesar de tu seres o meu anjo negro vestido de beijos e de palavras carmesim enquanto eu despojava a minha própria alma nas pontas das tuas asas e sei que procurava que fossem as tuas verdadeiras mãos aquelas que me fizessem contorno de um corpo existindo na realidade
agora que não me podes fazer mais mal do que aquele que pretendeste fazer ao tornar-me sopro desta vida deixo o meu coração bater apenas as vezes necessárias para enganar a existência enquanto me torno a fugaz sombra de uns quantos pensamentos recolhidos ao acaso
passo a ser uma frequência longínqua que pensaste ter escutado algures e um dia entre as páginas de leitura de um conto de fadas e de outros salmos da bíblia enquanto tomavas ambrósia com esse anjo negroé verdade que a minha humanidade se afunda como peso morto e desgastado na perspectiva inversa do voo da minha agressiva anestesia interior sustentada pelos bicos de corvos demoníacos
enquanto o meu corpo desejar respirar sobre os dias contados desta terra e o meu coração ousar entrar na dança dos fins dos tempos vestir-me-ei de quotidiano e de palavras e todos os outros pensarão que não serei mais do que isto
4 comentários:
Danço com um anjo negro há semanas;
e receio que ele esteja levando a melhor...
Beijos mil, Su.
um anjo...
que sobe
e nada a perturba ... do que está cá me baixo...
do passado...
um anjo moreno... gris...
abrazo serrano y europeo
Apenas existir...
Recusemos a ideia do Pai Natal em que os desejos caem do Céu.
Ousemos acreditar no Pai Natal como ideia de esperança e confiança sem limites.
Feliz Natal!
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