...fazes das saudades papéis amarrotados navegando através da tua alma líquida...mais do lágrimas são oceanos profundos de palavras que se aglomeram dando vida perpétua às diversas noções do que quer que seja que transmites...

...cruzas os mares com mensagens dobradas em castelos na água, em papéis dobrados fazendo de conta que são aquilo que realmente são, dando à costa poderosos sentimentos que se tatuam para sempre nos marinheiros que ficaram em terra...

...o vento que te sopra destrói a brecha mais pequena que deixaste abandonada no teu muro e é por ela que cresces e abraças o mundo de onde quer que seja que te encontres, chegas lentamente aos braços de quem te toca seja como for e seja como te pressentir...

...os amigos esperam e aguardam dentro e fora dos barcos de papel, entre os ramos da vida que se espelham nas águas do teu rosto, de cada vez que olhas para eles e te lembras que a saudade não enlouquece mas sim estimula e desperta o que pode estar adormecido...

...e para além do teu grito eles sabem que estás a chegar...e que realmente chegarás sempre...porque és tu e mais ninguém...

5 comentários:

Porcelain disse...

A saudade tem um gosto doce quando a confiança na volta existe... será perverso provocá-la só para sentir o prazer do regresso mais intensamente?

Susana Júlio disse...

...quando se anseia um determinado regresso são impossíveis de serem dissociadas...acontecem naturalmente e nem se dá conta de que uma ou outra pode ser provocada...penso eu...

bono_poetry disse...

e quando o regresso tem um abismo no caminho e as tuas asas estao feridas?aposta-se num mergulho entre rochas e aguas contra...lutas contra o remoinho gigante...segues na corrente?defines trilhos novos...esqueces as saudades dentro de uma garrafa...e segues a sua viagem...acompanhas a velocidade que as aguas te deixam...emerges e respiras...ganhas folego...de volta as telas que te acalmam...as letras que amontoadas sem organizacao aos olhos de tantos...tornam-se moleculas organizadas em corpo sem norte...faculto a saida com cuspidelas de mau agoiro...nem acredito no caminho facil...pois eu sei...acentuo palavras que ja me conhecem...e facil fazer o dificil...dificil e fazer o facil!!!sao de despedidas que as saudades nascem...

Susana Júlio disse...

...criam-se pontes entre o abismo e a própria alma...
enquanto se faz a travessia curam-se as feridas e trocam-se as asas por ernas e por braços à condição do Homem e vive-se o que resta para viver, com ou sem mágoa, com ou sem esperança e parte-se do que se tem para se reconstruir porque tudo é feito do caminho em frente e nem as saudades nos fazem voltar atrás...não serão mais do que fantasmas que dependem da tua crença...

bono_poetry disse...

e esse o caminho...e assim o trilho...