...oiço as vozes do deserto revoltarem-se ao sabor do vento enquanto queimam as consciências por ali abandonadas em busca dos oásis do que foram às esquinas da memória...essa ou aquela que estão gastas pelo passado e enxaguadas em prantos sucessivos de reconhecimento estendidas nas arestas agudas da tristeza...

...quando oiço as vozes sinto-me mais um fantasma recortado da noite e colado num quadro de Bosch...sucessivamente...


1 comentário:

Porcelain disse...

As vozes... implacáveis vozes, menosprezam e acham insuficiente seja qual for a consciência... se há consciência, é porque deve existir inconsciência... as vozes que fazem acreditar nos oásis, que enviam inconscientes consciências à esquina espreitá-los... para depois, sádicas vozes, gritarem aos inconscientes ouvidos das consciências inconscientes que eram oásis apenas...

Oásis só no futuro... se um oásis do passado passou... então era isso mesmo, apenas um oásis...

As vozes do deserto do presente olham com vozes de dor para os oásis do que foram as consciências inconscientes... revoltam-se e queimam as consciências que querem voltar atrás... gastas pelo passado, as memórias que encontramos nas esquinas da memória, esquinas de arestas agudas, de dor e de tristeza; parece não fazer sentido... mas faz.

Pois o deserto do presente é certamente muito mais perfeito que o oásis do passado... pois o deserto do presente é o exacto equilíbrio do oásis do passado...

Mesmo fantasma, jamais serás mais um... somos todos únicos...

Beijos grandes, minha querida amiga linda... quanto mais vejo o negrume da tua alma, mas bela me pareces... :)

Beijos enormes!